quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

WHEIN PROTEIN - Parque do Poeta - Setor das Vitaminas

No domingo, 05 de dezembro de 2010, as 5:00hs da matina, fomos(Eu, Rafael, Fabricio e Stenio) para o parque do poeta, em Campina Grande - PB.

O Fabricio, bateu um brampo no setor das vitaminas, um top para uma nova via, que se chama WHEIN PROTEIN, uma via bem dificil, com regletes cortantes nos primeiros lances.

Isolamos todos os lances, e vimos que a via pode ser encadenada guiando, acabamos com a pele dos dedos.

Ficamos na duvida de onde exatamente bater os grampos, pois tem alguns regletes que ainda podem quebrar, optamos por deixar por enquanto apenas o top, após algumas repetições, instalaremos os outros grampos na certeza.

Isolando os lances
É sempre bom dar uma escaladinha neste setor.

Isolando os lances
Entramos ainda nas outras vitaminas e ficamos satisfeitos, parti para Recife antes do meio dia, pois estava de moto e queria viajar durante o dia.


No retorno para Recife uma pausa para beber um coco.


domingo, 5 de dezembro de 2010

Conquista da Carcará - Em Mogeiro - PB

 Sexta 03 de novembro de 2010, de moto, parti para Campina Grande, fui por Goiana-Itabaiana, a viagem não foi muito tranquila, pois o farol da motoca, apresentou um problema, estava desregulado, apontanto muito para baixo, o que me deixava com uma visão bem curta da estrada, poderia ter parado para regular, mas teria de soltar a mochila e levantar o banco para pegar o jogo de chaves, achei que seria trabalho demais, e quase me arrependi muito por não ter feito, pois em um burado proximo a Itabaiana-PB, quase que caio, e a veiagem demorou muito mais tempo do que o normal, no caminho parei para deliciar uma especialidade da região, bode guisado, acompanhado com macacheira, uma delicia.

Via conquistada quase toda em livre, utilizando cliffs de agarra somente para parar e bater grampo.
 Sabado acordamos as 5:00 horas, tomamos um excelente café feito pela esposa do Fabricio, passamos na casa do Rafael, e partimos para a pedra, chegando ao local, procuramos pela redondeza pelo proprietário, queriamos pedir licença para acessar a rocha, fomos informados que era o mesmo proprietário do charque na brasa, que não teria problema, pois o local já era frequentado por escaladores e que estava tudo bem.

Regleteira quase sempre solida, um luxo!

Estacionamos o carro, e seguimos por uma trilha que passa por um pasto, ai entra em uma mata seca e retorcida, castigada pelo sol, com muitos espinhos, porém quase não foi necessário utilizar o facão, já que o gado circula e deixa umas trilhas abertas.

Furando, veja a qualidade da rocha.

 Ao Chegarmos na base da falésia as 8:30hs, nos deparamos com uma parede lisa, pois miramos em uma linha que visualisamos de longe, e julgamos que seria a via mais longa da parede, abortamos esta missão poque achamos que o inicio era muito liso e partimos um pouco para a esquerda, e escolhemos a linha de uma "solda" que seguia até onde podiamos ver, lembrei de um conselho dado pelo amigo Julio da Pedra da Boca: - dago, siga pela solda que você sempre vai encontrar agarras. Mesmo sendo meio esquisito, iniciamos a conquista ali mesmo.

Fui progredindo quase sempre em livre, utilizando os clifs de agarra somente para parar e bater os grampos, levei algumas vacas e uma vacona, pois os regletes nem sempre eram solidos, vindo a quebrar seguidamente.

 

Rafael da logistica e Fabricio na Segurança.

 Bati sete grampos, eram em torno de 10:00 horas, resolvi descer para me hidratar e descansar, pois o sol estava causticante, me castigou muito, sabiamos que seria sol toda a manhã, pois haviamos nos informado com o Lula, escalador paraibano que conhece bem o local, procurei uma sombra, o que é escasso no local, pois a vegetação é retorcida e baixa, me enviei em meio aos espinhos, e fiquei deitado sobre a mochila, parecia que eu estava em uma sauna, suava muito, bebi 03 litros de água, enquanto Fabricio e Rafael, meus dois parceiros durões, ficaram isolando os lances que eu terminara de proteger.

<> Decidimos esperar a sombra chegar a falesia, o que aconteceria por volta do 12:30hs. Antes da sombra, chegaram Lula, Wolgrang e Stenio, o primeiro estava alucinado, louco para iniciar uma conquista, mesmo naquele forno, ficou varando mato para cima e para baixo, abriu uns 100m de trilha margeando a pedra e decidiu iniciar a conquista exatamente no local que haviamos descartado, pois naquele varamato que fez, visualisou um inicio possivel, no final do dia, eles haviam conquistado uns 12m, pois estavam utilizando apenas batedor, ainda emprestei a furadeira após terminar a conquista da Carcará, mas infelizmente só restou bateria para menos de um grampo.
Linha da via: CACARÁ - VIIa/b - 30m - Conquistadores: Dagoberto Ivan, Fabricio e Rafael


Após o meio dia, retornei a conquista, bati mais 2 grampos e a parada, totalizando 30m de via, regleteira sem descanso, um luxo de via, fiquei muito feliz com esta conquista.

O nome se deve ao fato de que quando chegavamos ao local, um casal de carcará se deliciava com um lagartinho que haviam caçado, o carcará representa bem o povo do sertão nordestino, povo guerreiro, que batalha de sol a sol, com poucos recursos o seu ganha pão diário.

O setor promete, em breve com certeaza surgirão novas vias, pois a falesia tem uma qualidade ótima.



terça-feira, 30 de novembro de 2010

Escalando no Banguelo - Mogeiro - PB


Banguelo, a via Seleção Natural, fica um pouco a direita do ponto mais alto do cume. Foto: Maira


 No sabado, enquanto comia uma tripinha frita e uma favada, marcamos de ir escalar no domingo as 6:00 horas da manhã seguinte no banguelo.

 Domingo as 5 da mitinam fui acordado pelo Fabricio, o mesmo avisou que não iria porque seu joelho estava inflamado, liguei para Italo que informou que o pessoal de Campina não iria, liguei para Maira e Eduarda, as duas afirmaram que chegariam ao local no horário marcado.

Comi umas tapiocas, café, e suco de maracujá, e parti em direção a João Pessoa , pela BR 230, ao chegar no restaurante CHARQUE NA BRASA, dirigi mais um 300m e localizei a porteira azul que era o local informado para sair da BR e pegar uma estradinha de chão, não demorou muito as meninas chegaram, após passar por umas 5 porteiras, avistei a minha direita uma falésia amarela de uns 50m, bem vertical e acho até que negativa, acredito que ali tenha possibilidade de equipar ou conquistar umas viazinhas esportivas bem legais, fiquei instigado de retornar ao local e abrir uma trilha até o pé da falesia. Um pouco a frente, já se pode ver o Banguelo, ai é só pegar a direita na primeira bifurcação, e entrar na porteira que fica no ponto mais baixo do vale, estacionar o carro e seguir o caminho óbvio das trilhas de gado, que levam em direção ao Banguelo, seguir pelo pasto até o ponto mais alto da rocha ficar alinhado 90 graus a esquerda, neste momento, pegue o rumo a pedra e siga atravessando a caatinga, é bom levar um facão, pois não tem trilha definida neste trecho.

A via tem uma linha excelente, bem protegida, mas não é recomendavel cair nos primeiros 60m, pois tem muitos grampos de 3/8", inclusive no crux de VI,
Crux da via, peguei mais a direita para não arriscar uma queda nos grampos de 3/8" que protegem este lance.
para não arriscar cair depois de passar por estes finos grampos, não pude curtir o crux, escalei bem pela direita, onde tinham umas agarras quebradiças, inclusive quebrei umas e cai duas vezes

O sol bate na via o dia todo, menos bem no inicio da manhã, demos muita sorte e em vários momentos a sombra do céu nublado nos defendeu do sol causticante
.
Maira, Eduarda e Dagoberto, no cume do Banguelo.




Eduarda e Dagoberto, no retorno aos veiculos, só pensando em beber uma aguinha,  levamos pouca água, e minha lingua estava seca, grudando no céu da boca, a temperatura  acima dos 40 graus centigrados no momento da foto. Foto feita por: Maira

Croqui captado em orkut do pessoal do CMP
Nesta rocha existe ainda mais uma via, conquistada pelo Lula de João Pessoa, e tem toda aquela falésia amarela, aguardando ser equipada com vias esportivas, estou muito afim de retornar ao local.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Escalando no Parque do Poeta em Campina Grande - PB

Agora que o Encontro de Brejo já passou, vai sobrar tempo para visitar outros points e rever os amigos em sua terra natal, neste final de semana, aproveitando uma viagem a trabalho que fiz na sexta para Campina Grande, aproveitei para escalar no sabado no Parque do Poeta, onde foi realizado o EENE 2008, marquei com o Fabricio e Rafael de Campina, e era sabido que Lula, Maira e Eduarda de João pessoa viriam também, ao chegarem me ligaram e partimos para a rocha, chegando cedo ao Poeta, fomos brincar nas vitaminas,


Lula na Vitamina C

Galera reunida na base das vias

Eu escalando nas vitaminas, acho muito show os regletes do Poeta...

Lula
  bloco muito bom para quem quer elevar seu grau de dominio de VI para VII, as vias são em reglete e de movimentos bem técnicos,  repeti também algumas vias que não tinha feito durante o evento,


Claudionor dando uma aula grátis de posicionamento

Consegui encadenar a carrossel de primeira, ufa, ralei bastente os dedos

que foi o caso da Carrossel - VIIb, uma linha muito interessante, que se fizer a saida na linha do primeiro grampo, tem um boulder interessantissimo logo no inicio, e a via segue em uma diagonal para a esquerda, e um movimento estranho para dominar a barriguinha que tem no final para costurar o grampo do topo do bloco. Logo a esquerda da Carrossel, tem uma outra via muito interessante, um VIIa/b, de movimentos delicados e tecnicos, muito interessante.

Depois descemos para a Asfixia VIIb, essa via é show, acho que é a que mais gosto do setor, movimentos constantemente em nivel proximo a graduação da via, nota 10.


Lula na Asfixia, excelente via

Galera socializando na base das vias


Experimentamos também a via que tem no lado direito da Asfixia, uma aderência bem suja, excelente para aprimorar o 'TECNIC", Lula ainda fez uma entrada na Rala Coco 9a, e conseguiu isolar o crux.


Gastei os dedos de tanto escalar neste dia, após muita escalada e com  os dedos ardendo, fomo saborear uma deliciosa fava, acompanhada do prato exotico de "tripa frita" idéia do professor Claudionor, fiquei impressionado com o saber delicioso do petisco!


A noite fui jantar na casa do Fabricio, sua esposa fez um delicioso cuzcuz, a principio só iria beliscar para enganar e não fazer desfeita, mas a comida estava tão deliciosa que não aguentei e jantei novamente.


Recomento este point de escalada a todos, fica a 10 minutos do centro da cidade, e a base das vias é muito limpinho e plano, o local é bem tranquilo e sem muita interferência da cidade, bom para relaxar escalanso.

Obrigado a galera pela recepção

domingo, 21 de novembro de 2010

HIGHLINE NA BICUDA

Uma das coisas que mais me impressionaram no EENE1020, foi o highline montado na Bicuda.

Fui duas vezes escalando ao cume da Bicuda, na primeira, Xaropinho estava montando, ai pensei comigo, na proxima escalada vai estar montado e entro para tentar repetir. Que nada, quando retornei não tive coragem nem de tentar.

Parabéns ao Caui e Xaropinho que conseguiram repetir.

Foto gentilmente cedida por: Virginia Talbot

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Conquista da via Pereba Arcaica

Durante o Encontro de Escaladores do Nordeste, em Brejo da Madre de Deus, eu e Ralf Cortês, fizemos duas investidas na aresta esquerda da Bicuda e conquistamos a via:

Pereba Arcaica - VIIb - E3 - D1 - 82m

A via é técnica e um pouco exposta, devido a umas lacas podres logo no inicio e uns lances "esticadinhos" na segunda enfiada, com visual alucinante, pois fica sempre a beira do abismo, vale a pena repetir.

Inicia na segunda enfiada da Costas Quentes.

Muitas pessoas, durante o encontro perguntaram o motivo do nome, durante a conquista eu e Ralf, ficamos discutindo de sacanagem sobre o estilo que cada um de nós conquistavamos, e a zuação era que o sistema do outro era Arcaico, pura piada mesmo, e a Pereba, é uma picada de inseto que eu tinha na altura do tornozelo a 30 dias, que estava bem feia.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Conquista na Pedra do Cachorro - PE

 
08/10/2010
Após o planejamento de algumas semanas, e uma impressionante falta de informações, cancelamos a ida uma vez, mas agora vai...consegui o telefone do Bal (proprietário de um dos terrenos que fazem divisa com a pedra), com a Carla, isso foi na sexta dia 08 as 17:00horas, já havia dito ao Heraldo para pegar um ônibus e nos aguardar em Caruaru, para irmos direto a São Caetano – PE, porém após conversa com Bal, que me atendeu super bem, foi muito simpático e recomendou que chegássemos somente no dia seguinte e cedo, pois a noite o local seria perigoso, procurássemos o Jailson morador do local. Lula chegou aqui em Recife, juntamos os equipamentos, conversamos rapidamente para ver se não faltava nada e partimos, chegando em Caruaru pegamos o Heraldo na Rodoviária e lhe demos a triste noticia que iríamos dormir em Brejo, para partir somente na madrugada seguinte para São Caetano, ele um excelente soldado, não reclamou e aceitou o imprevisto, partimos para Brejo, aproveitamos para abastecer o carro, pegar mais duas cordas, duas baterias e mais 40 grampos, e dormir no abrigo gentilmente cedido pela Prefeitura de Brejo - PE; Dormimos apenas após a meia noite.
09/10/2010
Na manhã de sábado, as 4:00 horas, bate o Lula na minha porta, fui até a cozinha e já senti o cheirinho de cuscuz e café, é excelente ter bons parceiros.
   Chegando no Lago da onça, em São Caetano, perguntamos por Jailson, chegamos em sua residência e o cara não poderia ter sido mais simpático e prestativo, nos levou até uma casa que poderíamos utilizar como abrigo, seu filho Hugo, se prontificou a nos guiar até a base da pedra, mostrei a linha que eu queria conquistar e ele falou que era entre as bases de outras duas vias, a Ilusão do Sertão, a direita e Number One a esquerda.
   Arrumamos os equipamentos e partimos rapidamente, iniciamos a conquista por onde imaginávamos ser um trepa pedra, nos enganamos e tivemos de nos equipar no meio do caminho, Lula achou uma fenda para colocar um móvel bateu mais dois grampos foi até um platô de mato, e eu bati um grampo onde estava parado para dar sua segurança, estava iniciada a conquista, esta enfiada ficou um pouco exposta...
Reunimos-nos nesta que era a parada dos 60m, corda esticadinha, assumi a ponta da corda e inicie a conquista até os 90m, tentei me aproximar do diedro, porém não foi um bom negocio e continuei rumado para cima sem utilizá-lo, cheguei até um buraco e fiz a parada dos 90m, puxei as mochilas e nos reunimos, deixamos tudo encordado.
   Lula assumiu a ponta da corda, partiu para a esquerda, em lances técnicos e estranhos, duplicando uma parada nos 120m, nos reunimos novamente, ao chegar na parada Lula me diz: - é, as agarras sumiram um pouco, mas toca ai para a esquerda para ver o que é que dá...
Beleza, toquei os lances um pouco técnicos, alternando com buracos bons, e fiz a parada dos 150m, deixamos tudo encordado, dos 60m até aqui, ficou um pouco mais protegido que o inicio, chegamos na base já era escuro, Hugo nosso fiel guia da trilha estava lá nos esperando cabra bom! Tomamos um banho no lago, comemos uma lentilha e as 21:00 horas estávamos na cama.
Dia 10/10/2010
Resolvemos acordar mais tarde neste dia, para descansar um pouco e aproveitar a sombra, que só inicia após o meio dia nos trechos que tem buracos e diedros, tomamos um café reforçado, fomos ao lago da onça tomar um banho e fazer umas fotos, retornamos ao abrigo, comemos um macarrão e partimos para a pedra as 12:00hs, Hugo, nosso guia estava lá de prontidão, chegando na pedra, tivemos de jumarear, prussicar e acender com o ropeman, cada um se virou com o equipamento que tinha. Chegamos um pouco tarde no local que havíamos parado no dia anterior, acho que erramos na estratégia, mas tudo bem, Lula assumiu a ponta da corda e iniciou a conquista tocando numa diagonal para a esquerda, se enfiando em uma canelura, com bastante suja, mas muito vertical, um luxo, com agarras, buracos, possibilidade de diedrar, alguns lances na casa dos VII grau, Lula fez uma parada no meio e me puxou, decidimos que seria mais proveitoso o pouco tempo de luz que nos restava se ele continuasse conquistando, a coisa complicou um pouco, no final tem uma barriguinha, depois desta lances muito técnicos, a luz acabou e conquistamos 45m neste dia chegando aos 195m, vou te falar que o Lula mandou muito bem, chegamos na base as 19:00 horas, Hugo estava lá, sobre o pé de caju nos aguardando, tomamos um banho no lago e jantamos, decidimos que no dia seguinte sairíamos cedo, para render mais, avaliamos que nossas condições físicas já estavam precárias e não agüentaríamos um quarto dia de dureza...
11/10/2010

Acordamos as 5:00 horas, chegamos na base as 7:00 horas, neste dia vi que Deus estava do nosso lado, pois parecia que o dia iria alternar nublado e sol causticante, Lula jumareou na frente, eu cedi um ropeman ao Heraldo, subi com o gri-gri e o outro ropeman, levando uma pesada mochila, sofri muito e cheguei nos 180m exausto, Lula duplicou a parada e eu tinha a responsabilidade de iniciar a conquista neste dia, respirei fundo, rezei baixinho um pouco e parti para cima.
Bati dois grampos em um lance bem delicado e técnico, de VI, outro lance estranho para a esquerda, cheguei no inicio de uma racha, que batizamos de vagina, desde o dia que visualizamos a pedra pela primeira vez, queríamos passar ali por dentro, estiquei alguns metros, até a base de um bloco do tamanho de um carro em pé, ficou bem exposto, fiz mais um lance tesourando com o bloco e a parede, bati outro grampo, subi utilizando a técnica de chaminé mais alguns metros, a queda seria fator 2, bati outro grampo, visualizei que o sobre o bloco grande, existe outro do tamanho de uma geladeira, vacilei em subir sobre o mesmo, e resolvi bater a parada ali mesmo, como só tinha esticado menos de 30m, resolvi tentar subir, bati no bloco de cima e ele vibrou, fiz mais uma tentativa e minhas pernas começaram a tremer, bati um grampo e desci até a parada menos de 2m abaixo, expliquei a situação ao Lula, e decidimos que ele reuniria comigo, e Babau ficaria mais abaixo, protegido em caso de a rocha menor despencar, assim que Lula chegou parti para cima, hora chaminé, hora tesoura, subi uns 15m, cansei com tanto calor, sujeira e pressão psicológica, abandonei os equipos de conquista no ultimo grampo, solicitei que fosse descido até a parada, Lula subiu e continuou a conquista daqueles lances escrotos, foi subindo, batendo poucos grampos, cerca de 2 acho, fez a virada, e bateu um grampo, outro E3, a partir daí começou a puxar corda e não parou mais, pensei que estava fácil, mas depois repetindo o lance, vi que se tratava de um lance de V, meio delicado, e muito exposto E4 talvez E5, considere o segundo para garantir,   esticou novamente a corda, mais 15m, bateu a parada e me chamou, dividimos o peso, eu e Babau, subimos, não foi fácil aquela altura, sol quente e cansaço acumulado, ali era a parada de 300m, peguei a ponta da corda disposto a esticar 30m, pois não agüentava mais, porém os lances eram de agarrêcia, mais aderência do que agarra, cerca de VI grau alguns lances, foram Necessários 5 grampos para esticar 30m, no ultimo quebrou a única broca de 12mm boa que tínhamos, mesmo assim não queria desistir, achava que poderia esticar pelo menos mais 30m e bater um grampo com a broca ruim, novamente a visão e a instiga me enganaram, tratava-se de agarrência de VI grau, devo ter subido uns 6m, bati um grampo e me rendi, era hora de descer, abortar a conclusão da conquista, estávamos a 340m, faltava pouco, quase chorei, conversei com Lula, que achou correto e mais inteligente descer e já ir tirando os equipamentos da via, minha lanterna tinha falhado na noite anterior, estávamos sem brocas, e muito exaustos, acreditem, não foi fácil conquistar esses 340m, a via é muito exigente. Bem, decisão tomada, iniciamos a descida, rapelei os primeiros 60m, Babau desceu, Lula em seguida, falamos para o Babau fazer o segundo rapel na frente, Babau foi, e levou as lanternas, kkk, puxamos as cordas e as fdp enroscaram, nos olhamos e Lula falou, é vamos ter de escalar, fiquei quieto, ele colocou a sapara e partiu, tomou uma queda assustadora, no meio da vagina, fiquei branco, mas nada demais, após resolver este problema, Lula desceu primeiro, e eu fiquei no breu, tive de rapelar sem lanterna, incluía neste pacote a diagonal antes do vertical da canalura, lá fui eu, ouvindo as vozes de Lula e Babau, e tateando no escuro, fomos recolhendo as cordas, que no total eram seis, cheguei primeiro na base, calculei o peso de minha mochila, mais de 20kg, meus parceiros não estavam em situação diferente, Hugo, já estava na base nos aguardando, menino de ouro este. Ajeitamos as cargas, e fomos descendo com cuidado, no inicio da trilha de descida é um ângulo de 45 graus com pedras soldas, tivemos de progredir devagar, após 35min mais ou menos, solicitei uma parada, ninguém foi contra, deitamos de barriga para cima sobre a rocha quente, e vislumbramos um céu muito estrelado, ai pensei “é por isso que eu escalo”, agradeci mais uma vez a Deus e convidei a galera a continuar a trilha, mais 20 minutos e estávamos no abrigo, recompensamos Hugo da melhor forma possível para nossas condições, todos os escaladores que freqüentarem o local deveriam fazer o mesmo, não tínhamos mais água, fomos comprar outro galão de 20 litros em São Caetano, na volta paramos para nos banhar no lago da onça, nem todos encararam, pois estava bem frio, retornamos ao abrigo, pudemos fazer a janta e avaliar nosso feito, podíamos ficar satisfeitos com nosso desempenho!!!!

Agradecimentos:
Hugo, Jailson, Bal, Alex Guardiola, Prefeitura Municipal de Brejo da Madre de Deus, Equinox, Carla, Nequinho, Mirthes, Clovis, Caui, Geyson, Beth Mas, Sávio, Sandra Pasqualon, Candice, Povo das proximidades do lago da Onça, alguns nos deram feijão e gerimum, Guaraci e a todos que de uma forma ou de outra nos ajudaram.

Informações importantes:
Ao decidir escalar na Pedra do Cachorro, entrar em contato com os Proprietários dos terrenos próximos: Bal, Nequinho e Guaraci, tem outros mas não conheço. No local não tem água potável, em 03 consumimos 60 litros de água em 03 dias, 03 galões de 20litros, Jailson e Hugo sabem informar onde vende, banho somente no Lago da Onça, caso tenha gaviões na linha da via, não escalar, preserve o meio ambiente!

Dagoberto Ivan Vieira