domingo, 5 de dezembro de 2010

Conquista da Carcará - Em Mogeiro - PB

 Sexta 03 de novembro de 2010, de moto, parti para Campina Grande, fui por Goiana-Itabaiana, a viagem não foi muito tranquila, pois o farol da motoca, apresentou um problema, estava desregulado, apontanto muito para baixo, o que me deixava com uma visão bem curta da estrada, poderia ter parado para regular, mas teria de soltar a mochila e levantar o banco para pegar o jogo de chaves, achei que seria trabalho demais, e quase me arrependi muito por não ter feito, pois em um burado proximo a Itabaiana-PB, quase que caio, e a veiagem demorou muito mais tempo do que o normal, no caminho parei para deliciar uma especialidade da região, bode guisado, acompanhado com macacheira, uma delicia.

Via conquistada quase toda em livre, utilizando cliffs de agarra somente para parar e bater grampo.
 Sabado acordamos as 5:00 horas, tomamos um excelente café feito pela esposa do Fabricio, passamos na casa do Rafael, e partimos para a pedra, chegando ao local, procuramos pela redondeza pelo proprietário, queriamos pedir licença para acessar a rocha, fomos informados que era o mesmo proprietário do charque na brasa, que não teria problema, pois o local já era frequentado por escaladores e que estava tudo bem.

Regleteira quase sempre solida, um luxo!

Estacionamos o carro, e seguimos por uma trilha que passa por um pasto, ai entra em uma mata seca e retorcida, castigada pelo sol, com muitos espinhos, porém quase não foi necessário utilizar o facão, já que o gado circula e deixa umas trilhas abertas.

Furando, veja a qualidade da rocha.

 Ao Chegarmos na base da falésia as 8:30hs, nos deparamos com uma parede lisa, pois miramos em uma linha que visualisamos de longe, e julgamos que seria a via mais longa da parede, abortamos esta missão poque achamos que o inicio era muito liso e partimos um pouco para a esquerda, e escolhemos a linha de uma "solda" que seguia até onde podiamos ver, lembrei de um conselho dado pelo amigo Julio da Pedra da Boca: - dago, siga pela solda que você sempre vai encontrar agarras. Mesmo sendo meio esquisito, iniciamos a conquista ali mesmo.

Fui progredindo quase sempre em livre, utilizando os clifs de agarra somente para parar e bater os grampos, levei algumas vacas e uma vacona, pois os regletes nem sempre eram solidos, vindo a quebrar seguidamente.

 

Rafael da logistica e Fabricio na Segurança.

 Bati sete grampos, eram em torno de 10:00 horas, resolvi descer para me hidratar e descansar, pois o sol estava causticante, me castigou muito, sabiamos que seria sol toda a manhã, pois haviamos nos informado com o Lula, escalador paraibano que conhece bem o local, procurei uma sombra, o que é escasso no local, pois a vegetação é retorcida e baixa, me enviei em meio aos espinhos, e fiquei deitado sobre a mochila, parecia que eu estava em uma sauna, suava muito, bebi 03 litros de água, enquanto Fabricio e Rafael, meus dois parceiros durões, ficaram isolando os lances que eu terminara de proteger.

<> Decidimos esperar a sombra chegar a falesia, o que aconteceria por volta do 12:30hs. Antes da sombra, chegaram Lula, Wolgrang e Stenio, o primeiro estava alucinado, louco para iniciar uma conquista, mesmo naquele forno, ficou varando mato para cima e para baixo, abriu uns 100m de trilha margeando a pedra e decidiu iniciar a conquista exatamente no local que haviamos descartado, pois naquele varamato que fez, visualisou um inicio possivel, no final do dia, eles haviam conquistado uns 12m, pois estavam utilizando apenas batedor, ainda emprestei a furadeira após terminar a conquista da Carcará, mas infelizmente só restou bateria para menos de um grampo.
Linha da via: CACARÁ - VIIa/b - 30m - Conquistadores: Dagoberto Ivan, Fabricio e Rafael


Após o meio dia, retornei a conquista, bati mais 2 grampos e a parada, totalizando 30m de via, regleteira sem descanso, um luxo de via, fiquei muito feliz com esta conquista.

O nome se deve ao fato de que quando chegavamos ao local, um casal de carcará se deliciava com um lagartinho que haviam caçado, o carcará representa bem o povo do sertão nordestino, povo guerreiro, que batalha de sol a sol, com poucos recursos o seu ganha pão diário.

O setor promete, em breve com certeaza surgirão novas vias, pois a falesia tem uma qualidade ótima.



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